TESTE CEGO – MIKE TYSON’S PUNCH OUT!! (1987)

Saudações a todos.

A missão da Agência TransMídia em atender de maneira respeitosa e representativa o público deficiente visual se estende por vários braços do entretenimento e este meu primeiro artigo inaugura uma coluna onde falarei da acessibilidade de jogos antigos, do ponto de vista de um deficiente visual.

Meu nome é Alexandre Santos Costa, o famoso @magoolation , um deficiente visual apaixonado por tecnologia e gamer desde os anos dourados do Atari 2600.

E como primeiro jogo trago o Mike Tyson’s Punch Out para Nintendo 8bits, o famoso NES.

Trata-se de um jogo de boxe onde controlamos um lutador iniciante que quer o cinturão dos pesos pesados, tendo de enfrentar muitos lutadores até o desafio final: Mike Tyson em pessoa.

Mike_Tyson
Imagem mostra um busto pixelado do lutador Mike Tyson. Ele é um homem negro, de cabelos curtos, está sem camisa, com um suave sorriso no rosto e de olhos pequenos.

O jogo apresenta gráficos bastante bonitos para a época, com um ar cartunesco, e jogamos com nosso personagem de costas para os inimigos que estão de frente para nós.

Os controles são simples e intuitivos:

  • Direcional para direita ou esquerda: esquiva para este lado;
  • Direcional para baixo: defesa;
  • A e B: soco esquerdo e direito respectivamente;
  • Direcional para cima + soco: direciona o soco para o rosto do adversário;
  • Direcional para cima + SELECT: caso esteja disponível realiza o soco especial;

Para ter acesso ao soco especial, você deve atingir um golpe de surpresa no adversário o que fará com que uma estrela apareça sobre sua cabeça.

Outra curiosidade do jogo é que o juiz é ninguém mais ninguém menos que Mario.

Judge Mario
Imagem mostra um ringue numa visão inclinada de cima, com o chão na cor verde. O ringue é cercado por três fiadas de cordas presas a pequenos pilares em cada canto do quadrado que limita o local de luta. Ao fundo existe uma pequena plateia e dentro do ringue existem três personagens: de costas para a tela tem um homem caucasiano, cabelos pretos e curtos, vestindo uma camiseta regata preta. Suas mãos estão levantadas na altura do peito em posição de guarda; ao centro temos o juiz Mario, um homem baixo, gordinho, de nariz batatudo, bigode volumoso, vestindo um fraque branco e calças pretas, uma gravata borboleta preta e um boné vermelho. Um balão de texto escrito “Fight!” está atrelado à sua boca; e de frente para a tela está o oponente, que é um homem grande, gordo, careca, vestindo apenas um calção laranja, luvas de boxe rosas e sapatilhas negras de solado e cadarços brancos. Ele está de boca aberta, olhos arregalados e com os punhos na altura da barriga. No topo da tela temos mostradores em forma de estrela, coração, pontuação e tempo de cada round.

Acessibilidade

Por não possuir menus, o jogo inicia quase que automaticamente pressionando-se o botão START. Como há alguns diálogos com o treinador entre os rounds, este botão também te leva para o ringue.

É muito fácil identificar quando as lutas começam com um som peculiar do Mario tentando – graças à limitação do hardware da época – falar o que está acontecendo (como início da luta, contagem regressiva, etc).

Existem sons característicos para indicar quando os seus ataques foram bem sucedidos ou quando foram bloqueados, e também quando o inimigo está preste a deferir um golpe para que você possa esquivar.

Os golpes especiais do inimigo também possuem sons característicos. Só se leva um tempo para entendê-los e saber qual a melhor defesa.

Com isto, conseguimos jogar satisfatoriamente, pois o jogo – para nós – passa a ser um jogo rítmico, onde reagimos aos estímulos sonoros dos golpes dos inimigos.

Logicamente que com a áudio descrição de alguns golples conseguimos melhorar nossas estratégias, mas isto não é fundamental para que possamos nos divertir.

O jogo tem dificuldade progressiva e bater no Mike Tyson é uma tarefa hercúlea, a qual nunca consegui fazer. Mas isto não me impediu de continuar tentando. Afinal, apanhar neste jogo não dói.

Então está esperando o quê para tirar aquele seu console empoeirado  de cima do armário ou adquirir um emulador para conhecer – ou matar a saudade – deste clássico?