JÁ PENSOU EM ADAPTAR UM FILME QUE VOCÊ GOSTA PARA UMA PARTIDA DE RPG (ROLE PLAYING GAME)? Pois esta era a missão do “FILME NA MESA”, uma coluna quinzenal de 2012 do site “Dragões do Sol Negro”. E como se trata de adaptações entre mídias (filme para jogo), não tinha como a TransMídia não trazer esta proposta ao público! Confira como funciona e se divirta! E mande sua sugestão! Quem sabe a gente não te dá uma luz – ou vocês mesmos podem colaborar?
Senhoras e senhores, olá! A partir de hoje tentarei trazer propostas de filmes que podem ser transpostos de forma bastante divertida para suas mesas de jogo. Se você não conhece a proposta apresentada em maio de 2011, não perca tempo e visite a postagem sobre WARRIORS – OS SELVAGENS DA NOITE!
Agora, que tal tentarmos uma proposta diferente? Hoje, falaremos sobre “ECLIPSE MORTAL”! O nosso público deficiente visual – que não é pouco – vai adorar o que vem a seguir!
ECLIPSE MORTAL (PITCH BLACK) – 2000
Este filme de David Twohy narra a história dos sobreviventes da nave cargueira Hunter-Gratzner num obscuro planeta chamado Hades, alimentado por três sóis. Desta forma, os dois hemisférios e seu equador são constantemente banhados pela luz, impedindo que a noite abrace as áridas terras do local. Mas, a cada 22 anos, o manto noturno toma a superfície do planeta e os chamados “Bioraptors” podem sair de seus esconderijos sombrios e se banquetear com algo que possa ainda viver sobre as terras secas de Hades.
A Face da Ameaça: Bioraptor
Por mais que seja uma aventura que se passe no século 27, “Eclipse Mortal” não se foca em tecnologia, mas, sim, em sobrevivência. Não basta terem escapado com vida da queda da espaçonave, mas devem manter esta mesma vida a salvo na escuridão em que demônios anseiam sua carne. Os diversos personagens interessantíssimos faz com que outro conflito se instaure nesta ficção: o quanto podemos confiar nos nossos colegas de peregrinação e por quanto eles nos venderiam por um lugar na nave de resgate? Ou, ainda: por quanto rifaríamos suas peles para uma chance a mais de ver nossas casas?
Encarando os Problemas: Ponto Cego
Interessante notar que, para ter este filme na sua mesa de jogo não é necessário jogar um sistema Cyberpunk ou outro futurista qualquer. Afinal, ele se trata de sobrevivência num grupo insólito ante uma situação adversa. Por exemplo:
Companheirismo: uma conveniência
•Você faz parte de um grupo de prisioneiros sendo transportado de um calabouço para outro, mas as masmorras que os ligam são muito escuras e indicadas por um feixe luminoso rebatido por metal polido. Os problemas começam quando, durante a transferência, o raio de luz não é mais refletido. Quem interrompeu o raio? E por quê? E, como se já não bastassem as armadilhas dos corredores escuros, a lenda contada por um dos guardas antes que o feixe luminoso fosse interrompido parece se tornar verdade: algo na escuridão ataca os andarilhos da masmorra. Será que se trata mesmo do retorno de uma velha lenda cega afastada até então pela “Lux Aeterna” refletida? Talvez a matança em série não o faça ter muito tempo para desvendar o mistério. Uma excelente aventura “One Shot” para sistema D&D e variados de medieval fantástico.
Na ausência da Luz, a Escuridão PREVALECE!
•Durante a ocupação inglesa na África do Sul, algumas lendas tomaram proporções realistas onde antes só havia misticismo. Uma delas é a dos Cães de Tíndalos: animais que possuem suas peles viradas ao avesso, com veias e nervos expostos, carcaça secretando pus e ligamentos e tendões tensionados a cada passo. Com os olhos da própria morte furiosa, os Cães de Tíndalos vagam pelos Ângulos do Tempo, enquanto nós vivemos um plano de Curvas do Tempo. Qualquer canto de quarto ou graveto cruzado pode trazer esta criatura ao seu encalço e ela nunca desistirá até destruir sua presa. Por ser uma criatura extraplanar, os danos físicos infligidos a ela só podem se recuperar em seu plano, o que lhe dá uma vantagem para a fuga. Mas ela voltará tão logo suas feridas cicatrizem, e com mais ódio. Com isto em mente, é possível criar um thriller psicológico do panteão de H.P. Lovecraft, Stephen King e outros mestres do terror. Uma caravana interceptada? Exploradores que maculam uma tribo perdida? Curiosos vitorianos que libertaram um mal arcano? Vai da cabeça do freguês! Uma boa opção para aventuras em sistema Storyteller e outros D20.
Não há canto no mundo onde possa se esconder!
• Espaço, a fronteira final. Maldita hora que sua nave teve de dar carona aos patrulheiros galácticos que tiveram sua nave avariada por piratas espaciais. Dois oficiais foram levados a bordo trazendo cinco prisioneiros tidos como vergonhas do universo. Quando um deles morre e seu peito é arrebentado de dentro para fora, o mistério acerca do que saiu se instaura na nave. E esta não é sua única preocupação: além de lidar com este oitavo passageiro mortal, que se esconde no lado escuro da nave, você terá de lidar com um sabotador entre os caroneiros. Quais seriam seus motivos? Por que sabotar a nave se não há para onde fugir depois de destruir tudo? Será que ali é seu purgatório e, por isso, os outros devem sofrer com ele? Ou se trata apenas de um maluco? Apenas Deus – e o Mestre – sabem disso. Mas cabe aos players zelarem pela sua sobrevivência. Afinal, ninguém pode ouvir seus gritos no espaço. Aventura tensa para Cyberpunk e outros sistemas futuristas.
Gritos não te salvarão no espaço…
Três ideias, três períodos, três vertentes, várias possibilidades! Não se limite apenas ao filme (que aconselho a assistir) ou às nossas sugestões! RPG é criatividade, um filme onde você é roteirista e diretor. Conduza os seus players, seus atores! Pegue seus dados, monte as fichas e boa diversão!
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